Na manhã chuvosa de terça-feira (11), representantes da ADUFC e do SINDSIFCE, se somaram à ação de paralisação promovida pelo SINTUFCE na Reitoria da UFC. A ação é parte da Jornada de Lutas do Funcionalismo Público Federal, que ocorre entre os dias 10 e 14 de março, e foi convocada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (FONASEFE) que é composto pelas seguintes entidades: ANDES-SN, ANFFA-Sindical, ASFOC-SN, ASMETRO-SI, ASSIBGE-SN, CGTB, CNTSS-CUT, CONDSEF, CSPB, CSP-CONLUTAS, CTB, CUT, FASUBRA, FENAJUFE, FENAPRF, FENASPS, INTERSINDICAL, PROIFES-Federação, SINAIT, SINAL, SINASEFE, SINDCT, SINDIFISCO-Nacional, SINDIRECEITA, SINDFAZENDA, SINTBACEN e UNACON-Sindical.
A atividade, que teve início às 8h, contou com um pocket show de Marco Fukuda, seguido por mesa formada pela presidenta da ADUFC, Prof.ª Irenísia Oliveira; pela coordenadora local da FASUBRA, Claudia Lossio; pelo coordenador do SINDSIFCE, Prof. Cezar Amario; e pela coordenadora do SINTUFCE, Cássia Araújo.
“Enfrentamos a chuva, não nos intimidamos e estamos aqui hoje para essa bonita ação na tenda. (…) A gravidade de nós termos um Congresso que não cumpre com seu trabalho, com a sua obrigação, para fazer chantagem individual e obter emendas parlamentares para se fortalecer pessoalmente nos seus locais eleitorais. Isso tudo acontecendo diante de nós, não é algo escondido, é algo que acontece e é noticiado na televisão aberta. Todos nós [estamos] acompanhando que o orçamento do país, de todos os serviços públicos, não é votado porque os deputados estão chantageando o Governo Federal para abocanhar o orçamento e, ainda mais, para que ele seja secreto, para que ele não cumpra a obrigação de ser transparente como todo uso de dinheiro público”, apontou a Prof.ª Irenísia Oliveira, presidenta da ADUFC.
“O acordo de greve foi o melhor que a gente conseguiu depois de muita luta, depois de exaustivos mais de cem dias, a gente construiu um acordo de greve. E esse acordo de greve foi contemplado em sua parte na Medida Provisória 1286 que foi lançada dia 31 de dezembro. Essa MP vem com os nossos reajustes (…), a reformulação da nossa tabela salarial, a reestruturação da nossa carreira, o novo desenho de como os nossos cargos vão ser organizados e o novo desenho de como nossa carreira vai ter o seu desenvolvimento. (…) Como ela não foi aprovada, a nossa MP ainda não teve seus valores orçamentários aprovados de fato. Quando a LOA for aprovada a gente vai receber o retroativo a primeiro de janeiro”, lembrou a coordenadora da FASUBRA, Claudia Lossio.
A mesa também saudou e se solidarizou com os/as servidores terceirizados/as da Universidade Federal do Ceará (UFC), contratados/as pela empresa Gocil, que estão com o salário de janeiro em atraso. O Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana do Ceará (Seeaconce) estima que aproximadamente 160 profissionais terceirizados/as, atuantes nos campi do Pici, do Porangabuçu e do Benfica, todos em Fortaleza, além dos municípios de Sobral e de Russas, estejam com salário atrasado.
A Prof.ª Maria do Céu de Lima, 1ª Secretária da Regional NE1 do ANDES-SN, lembrou dos desafios de continuar seguindo na luta pressionando o Congresso Nacional. “O ANDES-SN convocou, considerando que nós temos feito um esforço, a exemplo das outras entidades nacionais, de estar em Brasília, de pressionar o Congresso, um Congresso que hoje não nos representa. A luta que a gente faz não tem eco ainda dentro do Congresso, por todos os motivos que os colegas que já me antecederam destacaram. E quero dizer que a terceirização ameaça a todas/os nós”, apontou Maria do Céu.
A Jornada de Lutas ocorre durante um momento decisivo para o serviço público. Após uma longa demora, a votação do Orçamento de 2025 (PLN 26/24) estava prevista para o dia 11 de março, mas o relator da peça orçamentária, Angelo Coronel (PSD-BA), afirmou que a votação deveria ocorrer apenas no dia 17. No entanto, a votação já foi adiada novamente para o dia 19. A valorização dos/as servidores/as públicos garante o acesso a direitos básicos no Brasil. Sem orçamento, o país perde qualidade de vida e direitos.
