(Foto: Cézar Loureiro)
“Lélia tinha uma coisa maravilhosa: ela conseguia positivar
todas aquelas coisas com as quais nós [mulheres negras] éramos estigmatizadas”.
Sueli Carneiro
Intelectual e ativista brasileira, Lélia Gonzalez (1935-1994) foi pioneira no pensamento afrodiaspórico destacando-se na luta contra o racismo e a opressão das mulheres negras. Sua obra desafiou o mito da democracia racial e segue influenciando gerações.
Nascida em 01 de fevereiro, são poucas as horas que separam o nascimento de Lélia da data das festividades afro-brasileiras em homenagem às rainhas das águas Iemanjá e Oxum, como apontou a publicação do Laboratório de Estudos Anticoloniais (LEAC) no dia do aniversário da intelectual. Com pensamento crítico e língua afiada, Lélia foi uma grande estudiosa que nos ensinou sobre estratégia e coragem de forma profunda.
A História e o legado de Lélia Gonzalez
A professora, historiadora, antropóloga e filósofa Lélia Gonzalez foi uma das primeiras intelectuais a pensar a relação entre racismo e sexismo na sociedade brasileira. São imensuráveis suas contribuições para temas como o feminismo negro e o debate sobre racismo no Brasil e no mundo.
É de autoria de Lélia o termo “pretuguês” que ela cunhou para pensar a formação da identidade cultural brasileira por meio das palavras provenientes de idiomas do continente africano e, em especial, as línguas do grupo Bantu no jeito de falar brasileiro. Também é de sua autoria o conceito de “amefricanidade”.
Foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado contra Discriminação e o Racismo (MNUCDR), em 1978, atualmente Movimento Negro Unificado (MNU), principal organização na luta do povo negro no Brasil e, integrou a Assessoria Política do Instituto de Pesquisa das Culturas Negras. São de autoria de Lélia livros como Lugar de Negro, Festas Populares no Brasil, entre outros.
Na Agenda 2025 da ADUFC Lélia Gonzalez é uma das personalidades destacadas. Antirracista e afrocentrada, a Agenda 2025 da ADUFC foi concebida para celebrar a resistência, a cultura e as contribuições históricas do povo negro. Mês a mês, a publicação traz excertos e indicações de pesquisadores, pesquisadoras, docentes e figuras proeminentes da luta contra o racismo, valorizando a ancestralidade africana e o reconhecimento de trajetórias que moldaram a luta por igualdade. Mais que um instrumento de organização, a Agenda 2025 da ADUFC é um manifesto pela memória, pela justiça social e pela construção de uma sociedade verdadeiramente equitativa.
É preciso celebrar a vida e o legado de uma das maiores pensadoras do nosso tempo! Viva Lélia Gonzalez e seu legado!
Entrevista completa de Lélia Gonzalez (1988):
