Marcando presença na abertura dos trabalhos legislativos de 2023, servidores públicos federais ocuparam Brasília, na última quarta-feira (1º), e foram ao Congresso Nacional pedir a recomposição dos salários no serviço público. As categorias estão organizadas em uma luta unitária e apresentaram o pedido de reajuste salarial unificado de 27% para reparar as perdas acumuladas nos últimos sete anos e intensificadas no quadriênio do governo Bolsonaro. “Já faz sete anos que não temos reajuste real do nosso salário, com perdas acumuladas de mais de 40% (…). Estamos na luta por um reajuste decente para o serviço público, principalmente para a categoria docente, mas estamos na busca do trabalho unificado em defesa de todas as carreiras do Executivo federal”, destacou o presidente da ADUFC, Prof. Bruno Rocha, que viajou a Brasília para acompanhar a jornada de lutas.
Em dezembro último, o relator-geral do Orçamento de 2023, deputado Marcelo Castro (MDB/PI), sinalizou a possibilidade de reajuste de 9% para o funcionalismo público. Além de garantir e ampliar esse índice, as centrais sindicais buscam evitar o parcelamento desse pagamento. “Sabemos das restrições orçamentárias, mas vamos fazer todo o trabalho para impulsionar e trazer o melhor retorno para a nossa categoria”, apontou o presidente da ADUFC. A mesa de negociação permanente dos servidores públicos federais com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva será instalada oficialmente na próxima terça-feira (7/2).
Durante a agenda em Brasília, Bruno Rocha reuniu-se com a presidenta do ANDES-SN, Profª. Rivânia Moura, sobre as estratégias para a mobilização nacional. Em seguida, o docente juntou-se ao conjunto de servidores públicos em frente ao Congresso Nacional para divulgar a campanha. Ao entrarem nos prédios da Câmara Federal e do Senado, os servidores distribuíram panfletos a congressistas e ministros com a carta de reivindicações do funcionalismo, passando também pelos gabinetes de deputados e senadores. O presidente da ADUFC ainda aproveitou a oportunidade para se reunir com a assessoria da deputada federal Luizianne Lins (PT/CE) sobre o conjunto de pautas do setor da Educação.
O Dia Nacional de Mobilização pelo Reajuste Salarial, na última terça-feira (31/1), também integrou a semana de lutas, com ato virtual retransmitido pelo YouTube da ADUFC e do Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público – Ceará. A agenda foi organizada pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) e o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe). “O momento não deixa de ser festivo, porque já marca a retomada do diálogo. Tão logo anunciamos que a campanha salarial seria lançada nesta data, o governo se antecipou e nos convidou para uma reunião”, informou o presidente do Fonacate, Rudinei Marques, durante a live.
Rudinei referiu-se à reunião realizada na segunda-feira (30) pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos com representantes do Fonasefe e Fonacate para tratar da mesa de negociações da campanha salarial, que contará com a presença de nove ministros de Estado. Participaram do encontro a ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck; o ministro do Trabalho, Luiz Marinho; o secretário de Gestão de Pessoas e de Relações do Trabalho do Ministério de Gestão, Sérgio Mendonça; o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Francisco Macena, além de assessores das duas pastas.
Na reunião com o governo, foi apresentada a pauta de reivindicações do movimento unificado pela campanha salarial: revogação imediata das medidas antissindicais dos governos anteriores (Temer e Bolsonaro); adoção de medidas para fortalecer a organização sindical; recomposição salarial emergencial; instauração das mesas setoriais para questões específicas de cada carreira; e implementação dos termos não cumpridos em acordos salariais anteriores. Os servidores também pediram que no dia 7/2 já sejam anunciadas medidas concretas em relação às demandas apresentadas.
(*) Com informações do Fonacate
