A Comissão Eleitoral realizou, na tarde da última quinta-feira (24), uma entrevista com integrantes da Chapa 1, “Democracia e Luta – ADUFC em Movimento”, que concorre à Diretoria da entidade para o Biênio 2025-2027. A conversa ocorreu na sede do Sindicato em Fortaleza, com mediação da Profª. Rosane Nunes, do Curso de Jornalismo da UFC, que abordou diferentes temas sobre a atuação sindical que deverá ser priorizada pela futura gestão do Sindicato. Docentes também puderam acompanhar a entrevista, que contou com interpretação em Libras, tanto de forma presencial, como pelo canal da ADUFC no YouTube e ao vivo na Rádio Universitária FM 107,9.
Estiveram presentes representando a Chapa 1 o candidato a presidente, Prof. André Vasconcelos (FEAAC/UFC); a postulante a tesoureira-geral Profª. Daniele Bezerra (CC/UFC); o candidato a diretor de Relações com Entidades Sindicais e Movimentos Sociais, Prof. Uribam Xavier (CH/UFC); e a pleiteante a diretora de atividades de Comunicação e Cultura, Profª. Daniela Dumaresq (ICA/UFC).
Durante a entrevista, o candidato a presidente, Prof. André Vasconcelos, ressaltou que a Chapa 1 “Democracia e Luta – ADUFC em Movimento” entende como aspecto principal relacionado à continuidade das três últimas gestões da ADUFC a concepção de sindicato. “Tem fundamentalmente um método de trabalho sindical, uma concepção de sindicato, que a gente pretende estar desenvolvendo nesse momento, acho que isso é o aspecto principal da continuidade, uma concepção sindical que trabalha a partir do fortalecimento das instâncias de base, isso é muito importante destacar”, afirmou.
O docente destacou ainda a importância da organização do sindicato enquanto expressão dos anseios da categoria, assim como sua autonomia e o fortalecimento das lutas para que seja possível a realização de conquistas.
A Profª. Daniele Bezerra, candidata a tesoureira-geral, destacou os avanços feitos pelas últimas três gestões do sindicato, mas lembrou também que a luta é contínua e é preciso de diálogo constante para que se siga avançando na luta sindical. “Nas últimas três gestões avançamos muito, fortalecemos muito o sindicato, conquistamos algumas coisas, mas a luta continua, as pautas continuam, e a gente ainda tem muito o que correr atrás. A nossa situação amenizou agora, com as pequenas, mas importantes vitórias da greve, e foi a nossa união que proporcionou isso. É continuar nessa perspectiva de luta, de diálogo, escutando os colegas, sempre priorizando as questões relacionadas a nossa profissão e tornar o sindicato cada vez mais forte. É continuar, mas sobretudo avançar ainda mais nas nossas lutas”, declarou.
A recomposição salarial da categoria, assim como a melhoria das condições de trabalho, foram apontadas também como motes centrais da luta sindical docente no próximo biênio pelo Prof. Uribam Xavier, candidato a diretor de Relações com Entidades Sindicais e Movimentos Sociais. “Eu acho que estamos dando um passo na continuidade da resistência. Primeiro é a garantia de condições de trabalho, nessa luta a gente vai ter que fazer um esforço muito profundo para continuar a luta de recuperação salarial da categoria. Pensar isso significa também pensar as condições de sala de aula e de pesquisa, para os docentes mas também para os estudantes. Dentro da conjuntura que desafia muito a gente, isso é mais do que uma novidade, é um desafio. E é dentro desse desafio que a gente vai ser desafiado a criar novas formas de resistência”, afirmou.
A formação política como pauta de relevância para a categoria dos/as docentes das Universidades Federais do Ceará também foi mencionada durante a entrevista. A função histórica do ofício do/a professor/a, de partilha de conhecimento e contribuição para um projeto que proporcione a melhoria da vida da população ao invés da perda de direitos, também foi apontada.
“Essa é uma conjuntura que a gente precisa enfrentar e entender esse processo também, de onde é que vem essa ascensão da extrema direita que visa nos fazer regredir para um condição de maior precariedade das relações de trabalho, de maior opressão. É um desafio para nós essa questão da formação política, de entender esse momento que estamos vivendo enquanto categoria, mas também enquanto um sindicato de docentes que têm uma responsabilidade perante a sociedade. A gente não pode esquecer da nossa condição de professor e da nossa função historicamente em produzir conhecimento e de compreender a situação que nós vivemos enquanto sociedade”, ressaltou o Prof. André Vasconcelos.
A Prof.ª Daniela Dumaresq, candidata a diretora de atividades de Comunicação e Cultura, relembrou a centralidade da comunicação para a luta de classes em tempos de ampla difusão de discursos de ódio pelas redes sociais, e também a importância de fortalecer as movimentações presenciais como aprofundamento dos laços coletivos e das compreensões das lutas coletivas. “Não é sair ou negligenciar, (…) não é a questão de sair desses espaços. (…) Mas mais do que nunca é importante fortalecer os momentos presenciais. (…) Não se trata de modo nenhum de uma demonização das tecnologias, de jeito nenhum, sou grande usuária das tecnologias, mas de entender que a gente precisa fortalecer esses momentos dos laços de companheirismo, da compreensão da luta coletiva, e as redes sociais tendem a nos levar por caminhos de nos isolar ou criar falsas impressões de que as coisas estão sendo feitas porque curti ou compartilhei algo. Isso é importante, claro, porque dá de algum modo visibilidade aos debates. (…) Mas é entender que os momentos de formação não são somente momentos de estudo e aprendizado, mas também de encontro para criar e fortalecer os laços de solidariedade entre as pessoas que tem afinidade política, afinidade de visão de mundo e construir esses laços de companheirismo e de luta”, afirmou.
+ Assista à entrevista completa no canal da ADUFC no YouTube:
