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RETORNO PRESENCIAL – Comunidade universitária protesta na Reitoria e no RU da UFC por assistência estudantil e passaporte vacinal

(Fotos: Nah Jereissati/ADUFC-Sindicato)

Estudantes, professores e servidores técnico-administrativos reivindicaram, nesta quinta-feira (17), assistência estudantil e condições seguras para o retorno presencial em ato unitário. Ao chegar à Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), encontraram os portões fechados. A truculência e a tentativa do interventor de barrar a entrada da comunidade universitária em um equipamento público foram repudiadas no protesto, que depois marchou para o Restaurante Universitário (RU) do Benfica. Hoje, parte do aprendizado se deu nas ruas, em defesa da ciência e de uma universidade pública, gratuita e democrática.

Vários estudantes fizeram falas contra a intervenção federal na universidade, que já perdura por quase três anos. Também cobraram condições dignas de assistência estudantil, como garantir o acesso de todos os alunos ao RU e a redução do valor da refeição, que, conforme a própria Reitoria informou, passará de R$ 1,10 para R$ 3, uma alta de 270%, caso seja comprada no guichê e não com antecedência no Guia de Recolhimento da União (GRU). “Hoje os estudantes não têm o direito de estar nos conselhos superiores. Esse reitor não foi escolhido por nós. Bolsonaro colocou ele à força”, disse Rodrigo Nogueira, estudante do curso de Psicologia da UFC e integrante do Movimento Correnteza.

Diretores da ADUFC-Sindicato construíram e participaram do ato, com apoio ao movimento estudantil e cobrando responsabilidade da Reitoria na retomada à sala de aula. A secretária-geral da ADUFC, Profª. Helena Martins, denunciou os prejuízos da intervenção do governo Bolsonaro na universidade. “O interventor se negou a conquistar condições mínimas para o retorno seguro. Ele não quer que apenas pessoas vacinadas estejam na universidade. Ele nega a ciência e, assim como Bolsonaro, promove a política de morte. A intervenção retira direitos dos estudantes e nega a política de assistência”, criticou.

Durante a ocupação da Reitoria, foram ecoados gritos de “RU para todos” e “a universidade é nossa” em um protesto contra as portas fechadas para barrar a comunidade.  “A universidade é do povo brasileiro, dos estudantes. Não é da Reitoria”, disse a estudante Jéssica Rebouças, do Curso de Geografia da UFC, integrante do movimento RUA e diretora de Mulheres da União Nacional dos Estudantes (UNE). A manifestação ocorre um dia após o retorno das aulas presenciais no contexto em que a gestão superior da UFC optou pelo negacionismo, ignorando o passaporte vacinal e emitindo mensagens dúbias e contraditórias sobre o tema. 


Estudantes também encontraram já no primeiro dia de aula os restaurantes universitários – nos campi do Benfica e do Pici – lotados e com comida faltando. Nesta quinta-feira (17), alunos relataram estar aguardando na fila há mais de uma hora diante de um sistema de agendamento falho imposto pela UFC. “Venho do Piauí estudar na UFC e, quando chego aqui, não tem o que comer. Não podemos estudar com fome”, reforçou Mainumy Tapuya, indígena do Povo Tabajara e estudante de Biblioteconomia na UFC.

Interventor nega a existência de problemas e criminaliza movimento sindical

Em balanço do retorno presencial divulgado nesta quinta-feira (17), o interventor da UFC, Cândido Albuquerque, negou a existência de quaisquer problemas no Restaurante Universitário, ao contrário do que foi publicado e constatado não só pela comunidade, mas por veículos de comunicação que estiveram hoje no RU do Benfica. A administração superior ainda acusa a ADUFC de se posicionar contra o retorno presencial, o que é uma inverdade, e criminaliza o movimento sindical ao atacar a entidade, descrita como um grupo de “professores de reconhecida militância partidária e político-ideológica” que se utiliza de “um pequeno grupo de estudantes para propósitos alheios ao mundo acadêmico”.

Como o interventor não sabe lidar com a diversidade de vozes assegurada pela democracia, escolhe sempre o caminho lastimável de tentar calar manifestações contrárias, que são muitas, considerando-se que foi escolhido por apenas 4,61% da comunidade universitária.  “Reafirmamos o nosso compromisso com as políticas de assistência estudantil e com a vacinação. A universidade pública tem a responsabilidade de garantir e estimular a vacinação da comunidade”, destacou o presidente da ADUFC, Prof. Bruno Rocha. 

O sindicato repudia mais um ataque da Reitoria contra os movimentos sindical e estudantil, e lamenta que hoje a universidade vivencie uma gestão superior truculenta que opta pelo silenciamento de movimentos democráticos em vez do diálogo. A ADUFC defende, sim, a retomada das aulas presenciais, mas reivindica que esse momento ocorra com responsabilidade sanitária e respeito à ciência.

Reitoria publicou portaria dúbia e se omitiu sobre passaporte vacinal

No último dia 9 de março, a Reitoria divulgou uma portaria datada do dia 7/3 sobre o retorno presencial seguro e o Guia Tô de Volta. O texto citava medidas sanitárias e se reportava ao comprovante vacinal com duas doses, transferindo a execução dessa tarefa para os docentes. No entanto, após a instituição do passaporte vacinal ter sido noticiada pela imprensa, a Universidade passou a negar, extraoficialmente, a obrigação da vacinação para assistir às aulas. As informações divulgadas pela UFC nos documentos são evasivas e não comprometem a gestão superior com a execução das ações de prevenção à Covid-19. 

Exigências da comunidade universitária à Reitoria da UFC: 

1. Exigência do passaporte vacinal e de máscaras PFF2 para acessar os espaços físicos da universidade;
2. Garantia de políticas de assistência estudantil;
3. Contra limitação e aumento da refeição do RU;
4.  Pelo funcionamento do ônibus intercampi;
5. Promoção de campanhas educativas sobre vacinação e outros métodos cientificamente provados de combate à pandemia;
6. Elaboração de protocolos específicos para: casos de contaminação de quem participou de atividades presenciais; o ensino de LIBRAS; e em relação às peculiaridades das diversas modalidades de aulas práticas;
7. Realização de testagens regulares;
8. Garantia de acesso à internet em todas as unidades administrativas da universidade.

Seção sindical dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará

Av. da Universidade, 2346 – Benfica – Fortaleza/CE
E-mail: secretaria@adufc.org.br | Telefone: (85) 3066-1818

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