A comunidade universitária de todo o país tem se manifestado contra os cortes do Governo Federal e a sua falta de compromisso com a ciência e tecnologia. Na última quarta-feira (3/10), estudantes, docentes e técnico-administrativos da UNILAB realizaram ato no campus da Liberdade em defesa do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e do Programa de Residência Pedagógica. Também foram entregues 50 cestas básicas doadas pela ADUFC-Sindicato e 12 cotizadas por professores a bolsistas dos dois programas, que estão com o pagamento das bolsas interrompido.
A manifestação cobrou do Governo Federal a liberação dos recursos das bolsas relativas a setembro dos dois programas, que estão atrasadas, e também a garantia do subsídio para os próximos meses. A iniciativa repudia o descaso do governo de Jair Bolsonaro com a educação pública e a ciência e tecnologia. Os programas que estão com recursos atrasados são voltados à qualificação de futuros professores e atingem 60 mil estudantes de graduação em cursos de licenciatura, que recebem R$ 400 por mês.
No último dia 26 de outubro, a Diretoria da ADUFC também marcou presença em protesto articulado pelo movimento estudantil contra os cortes federais na área de C&T e em defesa do pagamento e reajuste das bolsas do PIBID e da Residência Pedagógica. O ato teve início em frente à Reitoria da UFC, em Fortaleza, com caminhada até a Praça da Gentilândia, e marcou o Dia de Luta pela Ciência e Educação das Universidades Públicas e Institutos Federais.
“Estamos denunciando o descaso que o governo Bolsonaro tem com a ciência e com os recursos para o desenvolvimento científico e tecnológico para o país. Um país sem ciência e sem tecnologia não tem desenvolvimento”, declarou o presidente da ADUFC, Prof. Bruno Rocha, que participou do ato. “É por isso que acumulamos essa economia pífia e esses dados terríveis de desemprego em um país que não respeita a juventude”, acrescenta o docente.
O protesto se junta a uma série de manifestações em todo o país contra o corte de mais de R$ 600 milhões no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), após manobra do Ministério da Economia que desviou recursos da CT&I para outras áreas. Os cortes também recaem sobre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com bloqueio de R$ 2,7 bilhões do órgão, impactando diretamente a execução de projetos já anunciados.
A luta das entidades científicas agora é para pressionar o governo e os parlamentares pela recomposição do orçamento da CT&I. O Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) é hoje a principal fonte de financiamento da pesquisa científica no país e o corte e o contingenciamento de suas verbas prejudicam principalmente o CNPq.