No Dia da Consciência Negra (20/11), estudantes da UNILAB tiveram a oportunidade de assistir ao espetáculo “Abdias do Nascimento”, que retrata fragmentos da vida do escritor, senador, ativista e fundador do Teatro Experimental do Negro (TEN) no Brasil. Na ocasião, a ADUFC disponibilizou um ônibus para que os estudantes se deslocassem de Redenção até o Theatro José de Alencar em Fortaleza.
Suzana Manuel Jorge, estudante do curso de História da UNILAB e membro do grupo de teatro Afrisamé, esteve presente e afirma que foi uma experiência única. “Eu amei a peça e o palco me chamou bastante a atenção. Eu, sinceramente, me vi naquela peça, como atriz, fazendo parte dessa história de Abdias. A história dele foi contada de um jeito emocionante, mostrando a sua luta e sua importância para o Brasil. Abdias lutou e inspirou muita gente a acreditar em si mesmo”, afirmou.
O estudante do curso de Ciências Biológicas da UNILAB, Luís João Damião Mines, também assistiu ao espetáculo e gostou bastante da experiência. “A peça foi maravilhosa, não foi ótima, foi maravilhosa. Foi muito educativa, me deu rumos e perspectivas que eu não tinha. A história de Abdias impacta-nos, enquanto pessoas negras, de uma forma diferente, de uma perspectiva que ninguém tinha antes. Então, isso é muito bom, pois deixou-me com uma mentalidade mais sensata, mais sensível.Eu adorei muito essa iniciativa e agradeço à ADUFC por nos disponibilizar o transporte para assistirmos à peça”, concluiu.
A Prof.ª Larissa Gabarra, do Instituto de Humanidades da UNILAB, organizou a vinda dos estudantes e disse que esta foi uma importante atividade tanto para os estudantes quanto para o sindicato. “São mais de 10 anos de Universidade, Redenção já é uma outra cidade com essa imigração dos países de língua portuguesa em África. E os estudantes ficam muito dentro daquele mundo universitário, que é maravilhoso, mas que também é importante expandir e conhecer a história do Brasil, nesse caso. O movimento dessa África diaspórica é o movimento do Abdias do Nascimento.”, avaliou.
Antes do espetáculo, no dia 18/11, a ADUFC realizou a aula magna “Abaixo o genocídio do povo negro – Quilombismo como horizonte político” com a Prof.ª Elisa Larkin Nascimento, doutora em Psicologia pela USP e parceira do professor Abdias do Nascimento durante os últimos 38 anos da vida dele. Juntos, fundaram, em 1981, o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO). Fizeram parte da mesa da atividade também a Prof.ª Sandra Petit (UFC), como debatedora, e a Prof.ª Larissa Gabarra (UNILAB), como mediadora. A atividade contou também com a presença de parte do elenco, produção, direção e corpo técnico da peça.
“Achei excelente a iniciativa da ADUFC de ter trazido a Elisa Larkin junto também ao sindicato para discutir essa questão do racismo, do genocídio negro. É uma questão muito importante que tem que ser falada dentro da esquerda. Os sindicatos têm que tratar desse assunto. Não dá para a gente olhar classe sem olhar essa interseccionalidade com raça. Aqui no Brasil é impossível a gente não fazer isso”, concluiu a Prof.ª Larissa.




