(Foto: Nah Jereissati/ADUFC-S.Sind)
Durante uma semana de intensa movimentação na política nacional, a frase “Congresso Inimigo do Povo” tem circulado e ganhado força entre o campo popular no Brasil. No dia 25 de junho, a toque de caixa, o Congresso Nacional aprovou o projeto que derruba o aumento do IOF decretado pelo governo Lula na semana anterior. Foi o primeiro decreto presidencial derrubado pelo Legislativo em 33 anos. O tema escancarou a correlação de forças entre os dois Poderes – muito desfavorável ao Executivo – e os interesses em atuação na Casa – desfavoráveis para a maioria da população brasileira.
Com 46% do Congresso contrários à taxação dos super-ricos no Brasil, 70% contra o fim da escala 6×1 e 53% contra acabar com os supersalários no funcionalismo público, vai se desenhando na prática o que já era de conhecimento para quem acompanha a política nacional: o Congresso atua para defender os interesses da elite financeira do país.
“Nós estamos vendo um Congresso Nacional que se comporta como inimigo do povo nos mais diversos momentos. Votam pelo aumento da conta de luz, aliviam o IOF para os milionários, e agora querem manter as pessoas aprisionadas numa escala de trabalho completamente desumana. Vamos para cima dentro desta Casa pela aprovação do fim da escala 6×1. Esta é a pauta da família brasileira, esta é a pauta do trabalhador brasileiro, esta é a real pauta do povo, que importa ao povo, e a qual o Congresso quer virar as costas”, pontuou a deputada federal Erika Hilton durante discussão e votação de propostas legislativas.
Taxar os bilionários no Brasil, segundo o G20, pode gerar R$ 1,3 trilhão por ano aos cofres públicos do país. Somente em 2024, o Brasil perdeu cerca de R$ 546 bilhões em isenções fiscais, e a maior parte dessas isenções beneficia bancos, grandes empresas e o agronegócio. Os mesmos setores que pressionam o governo brasileiro a cortar gastos sociais.
É importante lembrar que todos os direitos da classe trabalhadora foram conquistados através da organização popular e da pressão social que vem da mobilização nas ruas. Um ato nacional está sendo chamado para a quinta-feira, dia 10 de julho, com hora e local ainda a confirmar em Fortaleza.
Plebiscito Popular
Pensando em organizar os anseios da população brasileira para construir um Brasil mais justo e democrático, assim como pressionar o Congresso Nacional, de 1º de julho a 7 de setembro acontece o Plebiscito Popular 2025.
O plebiscito é uma iniciativa de movimentos sociais, centrais sindicais, juventudes, artistas, entidades de fé e partidos progressistas para ouvir a população brasileira sobre temas urgentes e pressionar por mudanças fundamentais. A participação na votação é voluntária.
A ADUFC será uma das sedes da votação em Fortaleza, no dia 11 de julho, das 17h às 22h.
Após a votação finalizada, os resultados serão entregues ao presidente Lula, ao Congresso Nacional e ao STF.
Para mais informações sobre o plebiscito popular, como formas de participar e locais de votação, acesse o site ou o instagram da iniciativa.