Atos presenciais e virtuais vão marcar o Dia Internacional das Mulheres neste 8 de março em todo o país. “Por um Brasil sem machismo, racismo, fascismo, LGBTfobia e sem fome” é o tema deste ano. A exemplo dos três anos anteriores, as manifestações nacionais seguem lutando ainda pelo fim do governo Bolsonaro e do bolsonarismo. No Ceará, a ADUFC-Sindicato está entre as entidades organizadoras de atos em Fortaleza e no Crato – e também é signatária de um manifesto de dezenas de entidades do Cariri.
Na capital, as atividades estão programadas para ocorrer na Praça do Ferreira, no Centro, das 13h às 18h. Na ocasião, serão realizados uma feira feminista solidária e um cortejo pelo bairro, com paradas temáticas envolvendo a pauta de lutas deste ano. Ao fim da manifestação, no retorno ao ponto de concentração, haverá ato político-cultural e homenagem à cantora e compositora Elza Soares, que faleceu em janeiro último, aos 91 anos. A ADUFC vai estar com uma tenda de apoio às/aos professoras/es com distribuição de água potável, máscaras PFF2/N95 e álcool em gel.
Ainda na Praça do Ferreira, entre as 14h e as 15h, ocorrerá o debate “Pela vida das mulheres contra o machismo, o racismo e a fome”. Entre as debatedoras: Profª. Zuleide Queiroz, do ANDES-Sindicato Nacional e do movimento Resistência Feminista; Mariana Lacerda, da Marcha Mundial das Mulheres (MMM); e Andréia Castro, do Movimento das Trabalhadoras sem Terra (MST/CE). Taís Matos, do Movimento de Médicas e Médicos Populares, será responsável pela mediação.
Manhã de ato e manifesto também no Cariri
Já na região do Cariri, as manifestações ocorrerão na cidade do Crato. A concentração está marcada para as 8 horas em frente à Prefeitura, no Largo Júlio Saraiva, no Centro. Na ocasião, será reforçado o manifesto “Pela Vida das Mulheres. Fora Bolsonaro e o bolsonarismo. Por um Brasil sem machismo, racismo, LGBTfobia e sem fome. Ele nunca mais!”, assinado por entidades da região, e que relembram que, antes mesmo de Bolsonaro assumir o poder, as mulheres, já ocupavam as ruas contra a tragédia que esse projeto representava para a vida do povo brasileiro. “Em 2015, a Marcha das Margaridas já denunciava a ameaça do golpe burguês e misógino que a primeira presidenta mulher eleita no Brasil, Dilma Rousseff, viria a sofrer em 2016. O golpe foi e segue como uma ameaça à democracia e à vida das mulheres, contra o qual seguimos em luta”, destaca o texto.
As entidades que assinam o manifesto no Cariri estão alinhadas àquelas que compõem a Articulação Nacional de Mulheres Bolsonaro Nunca Mais e que lançaram documento semelhante em fevereiro último. Em ambos os textos, as mulheres também destacam o papel feminino, ainda no período eleitoral, na luta incessante contra o que representaria um possível governo Bolsonaro. “Em 2018, o ‘Ele Não’ foi uma expressão da nossa força e poder de mobilização. Com manifestações em todos os estados brasileiros, impedimos que Bolsonaro fosse eleito no primeiro turno”, segue o manifesto. O texto relembra que foram as mulheres que apresentaram ao país uma oposição de massas e unificada, mobilizada pelas trabalhadoras e pela luta feminista nas ruas. “Desde então, seguimos enfrentando o pior e mais nefasto governo deste país desde a redemocratização”, diz o documento.
Ambos os manifestos fazem uma exposição aprofundada de argumentos que justificam as várias bandeiras levantadas no 8M de 2022. São exemplos as lutas contra todas as formas de violência e dos feminicídios; o racismo e o genocídio que mata todos os dias mulheres e suas/seus filhas/os; a política machista, racista e genocida do atual governo; entre outros. As entidades signatárias também defendem pautas como: políticas públicas para as mulheres dos campos, das águas, das florestas e das cidades; creches e escolas em tempo integral para evitar dupla jornada das mulheres; distribuição de absorventes gratuitos nas escolas; educação sexual para prevenção; quebra das patentes das vacinas; além da revogação de todas as privatizações, das Reformas Trabalhistas e da Previdência e pelo fim do Teto dos Gastos.
O Ceará ocupa o terceiro lugar no Nordeste em casos de violência contra a mulher e nas cidades da Região do Cariri, como aponta o manifesto também assinado pela ADUFC, os equipamentos públicos seguem funcionando precariamente. “Sem delegacia da mulher após horário comercial nem nos fins de semana, além da precariedade dos postos de saúde, CAPS e do transporte”, aponta ainda o documento local. A íntegra do manifesto, com todas as entidades signatárias, vai estar disponível em breve no site da ADUFC, que também disponibiliza cobertura da participação e atuação do sindicato das atividades do 8M em anos anteriores (LEIA AQUI).
Neste 8 de março em Fortaleza, a sede da ADUFC (Avenida da Universidade, 2.346, Benfica) também é um dos locais disponibilizados pela ação de solidariedade de movimentos organizados em prol das mulheres em situação de vulnerabilidade. Qualquer pessoa pode ajudar, doando itens de higiene pessoal ou valores em dinheiro para a compra e montagem de kits de autocuidado para mulheres. Os itens para doação são: absorvente, creme dental, escova de dente, máscara modelo PFF2 ou N95 e álcool 70%.
SERVIÇO – 8M NO CEARÁ:
“Por um Brasil sem machismo, racismo, fascismo, LGBTfobia e sem fome. Fora Bolsonaro e o Bolsonarismo – Ele Nunca Mais!”
8 de março de 2022 (terça-feira)
Em Fortaleza: concentração na Praça do Ferreira (Centro) às 13h
No Crato: concentração em frente à Prefeitura, no Largo Júlio Saraiva (Centro), às 8h
Confira abaixo o convite especial da Profª Ana Paula Rabelo, 1ª tesoureira da ADUFC-Sindicato. Por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome, Fora Bolsonaro!