Reunião ocorreu na sede da ADUFC em Fortaleza, na última quinta (21) à noite
O Conselho de Representantes da ADUFC aprovou, na última quinta-feira (21), a adesão ao calendário nacional de lutas da campanha salarial 2024 de servidores/as públicos/as federais e a realização de ações adicionais de mobilização no Ceará. A reunião ocorreu na sede do Sindicato em Fortaleza, com participação virtual dos/as conselheiros/as lotados em cidades do interior. Entre as atividades deliberadas, estão a participação na jornada de lutas puxada por ANDES-SN e Fonasefe, de 2 a 7/10, em Brasília; a construção de ato unificado de servidores municipais, estaduais e federais no Ceará no Dia Nacional de Luta, em 3 de outubro; o fortalecimento dos fóruns estaduais de servidores públicos; a produção de outdoors de campanha de valorização do serviço público; pressão junto aos deputados federais cearenses, dentre outras. A ADUFC também convocará Assembleia Geral na próxima semana para ampliar a discussão e a mobilização da campanha salarial. Os encaminhamentos seguem o que foi chancelado na plenária unificada das entidades sindicais, no último dia 16 de setembro.
A presidenta da ADUFC, Profª. Irenísia Oliveira, iniciou a reunião com uma avaliação da conjuntura nacional em relação às negociações com o Palácio do Planalto. Ela fez uma apresentação com as principais informações da campanha – a mesma que a Diretoria tem levado para reuniões de departamentos. Para a docente, a luta por recomposição salarial não é uma pauta contra o governo federal, mas centrada no capital, uma vez que metade do Orçamento é destinada a juros e amortização da dívida externa, segundo apontou. “O Orçamento está em disputa. Parece-me que, para o governo, é isso mesmo: a luta capital-trabalho. Vamos ter reajustes se soubermos nos posicionar nessa luta”, disse. “Estamos em um compasso de espera, mas cada vez mais conscientes de que, se não houver pressão, teremos um reajuste muito rebaixado”, acrescentou.
Na opinião do Prof. Bruno Rocha, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFC, a mobilização pela recomposição salarial do funcionalismo público é, sobretudo, um enfrentamento ao conservadorismo e fisiologismo do parlamento. “Não é uma luta contra um governo, mas contra um dos piores Congressos que a gente já teve (…). A nossa luta não está desvinculada de todas essas pautas pelas quais lutamos nos últimos quatro anos. Esse governo também precisa da nossa força na luta para poder avançar”, destacou.
Como sugestão das professoras Sônia Pereira (diretora de Relações Intersindicais da ADUFC) e Maria do Céu de Lima (da Regional Nordeste 1 do ANDES-SN), foi aprovada a realização de atos no Aeroporto de Fortaleza e a articulação de reuniões para pressionar congressistas cearenses. Sonia Pereira ainda salientou a necessidade de reforçar a luta sindical com foco nas perdas salariais dos/as docentes aposentados/as. Também foi incorporada a sugestão do Prof. Claudicélio Rodrigues, do Departamento de Literatura da UFC, de gravação de vídeos curtos de docentes da ADUFC em Brasília, na jornada de lutas da campanha salarial, para divulgação nas redes sociais e canais de comunicação da entidade. A ideia é aproximar a categoria da temática e dar continuidade a essas iniciativas, que já vêm sendo realizadas pela ADUFC e pelo ANDES-SN.
Cenário é de diálogo com o governo, mas pressão continua
O entendimento predominante entre os/as conselheiros/as da ADUFC é de que há um cenário favorável para diálogo e abertura com o governo federal diante da superação dos tempos sombrios experimentados pelos/as servidores/as no governo Bolsonaro. Entretanto, conforme sinalizaram, há um projeto em disputa, já que o governo atual resulta de uma frente ampla de diferentes forças políticas.
A proposta apresentada ao governo federal pelas entidades sindicais reivindica dois percentuais de reajuste, considerando a variação do IPCA de 1º de julho de 2010 a 30 de junho de 2023 (114,08%). O grupo que inclui docentes de universidades federais pede 39,92%, parcelado em três anos mais o acréscimo da inflação do período anterior. O segundo bloco cobra 53,17%, também dividido em 2024, 2025 e 2026. Até o momento, o governo ainda não apresentou uma proposta concreta de índice.
A ADUFC tem acompanhado a agenda nacional de servidores/as públicos/as pela recomposição salarial. O sindicato já realizou atos pela campanha salarial no dia 10 de agosto, no Bosque Moreira Campos (Campus do Benfica/UFC), e em 28 de agosto, no Campus do Pici. Entre 27 e 31 de agosto, esteve representada na jornada de lutas por recomposição salarial e direitos, em Brasília, que reuniu entidades que compõem o Fonasefe, entre elas o ANDES-SN. O sindicato também realizou uma plenária online no dia 30/8 com seus/suas filiados/as para atualizar a categoria sobre as negociações com o governo.
Para fortalecer as ações da Campanha Salarial 2024, a Diretoria do ANDES-SN convocou uma reunião das seções sindicais do Setor das Instituições Federais de Ensino (IFES) para o dia 1º de outubro, na sede do Sindicato em Brasília, que precederá a jornada de lutas. A ADUFC marcará presença na agenda.