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PRESSÃO CONTINUA – Estudantes, docentes e técnico-administrativos fazem atos em Fortaleza e interior em defesa das universidades

“Cadeiraço” realizado na manhã do dia 12/12, no cruzamento das avenidas 13 de Maio e Universidade, denuncia à sociedade recentes ataques de Bolsonaro à educação (Fotos: Nah Jereissati/ADUFC-Sindicato)

Seguindo deliberação em plenária conjunta do movimento estudantil, técnico-administrativos e docentes, ocorrida na última quinta-feira (8/12), a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Ceará (UFC) realizou hoje (12/12), um ato unificado em defesa da educação. Os/as manifestantes se concentraram no Bosque de Letras da instituição, no bairro Benfica, e seguiram em caminhada até o Restaurante Universitário no mesmo campus. Antes, fizeram um “cadeiraço”, bloqueando o cruzamento das avenidas 13 de Maio e Universidade, em frente à reitoria, por cerca de 15 minutos. A ADUFC-Sindicato participou do ato, somando-se à mobilização nacional que vem ocorrendo em diversos estados contra o descaso de Bolsonaro com a educação pública e os serviços públicos essenciais.

A recomposição de verbas das universidades federais é o foco central e urgente das manifestações. Elas estão direcionadas principalmente contra os cortes nessas instituições , em especial em relação às bolsas, que começaram a ser pagas já na última semana, e só após intensa pressão nacional. “Essa pressão aconteceu e foi nacionalmente organizada pelos movimentos estudantis e sindicatos de docentes do país inteiro”, destacou o presidente da ADUFC, Prof. Bruno Rocha. Ele observou, contudo, que as universidades permanecem sem orçamento para poder pagar contratos e serviços como segurança, limpeza e restaurante universitário – consequência da retirada de verbas de custeio pelo governo federal.

“Imagina chegar dezembro e não ter o seu salário na conta. Quem é que aceita isso? Foi isso que o Bolsonaro fez com os pesquisadores do país”, seguiu Bruno Rocha, acrescentando que muitos servidores terceirizados ainda não conseguiram receber seus salários. “Apesar de ter sido derrotado nas urnas, ainda vem atrapalhar a vida do trabalhador brasileiro. É absurdo imaginar que na sua casa, na sua família, a renda da casa não vai chegar simplesmente porque o governo quis confiscar o seu salário”.

Sucateamento seguiu por todo o desgoverno Bolsonaro 

Integrante da Associação dos Pós-Graduandos (APG) da UFC, a estudante Mariana Lacerda reforçou o papel do movimento estudantil na vitória parcial contra o desgoverno Bolsonaro. “A gente saiu de uma situação de completa inviabilização de pagamento de bolsistas da CAPES e verbas das universidades e conseguimos que os primeiros pagamentos atrasados pudessem ocorrer”, afirmou, em referência às bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. A maior agência de fomento do país havia anunciado a impossibilidade de pagar as bolsas de dezembro. O calote mobilizou universidades, levando milhares de pessoas a pressionarem nas redes sociais e nas ruas, fazendo o governo recuar.

“A gente quer não só que paguem nossas bolsas, mas precisamos de reajustes, de mais vagas na universidade. E vamos continuar nas ruas lutando por isso”, pontuou Dandahra Cavalcante, representando a comissão gestora do Diretório Central dos Estudantes (DCE/UFC). De acordo com ela, a educação pública brasileira vem sendo sucateada nesses quatro anos da gestão de Bolsonaro. “Não podemos nos contentar com pouco, até porque tudo o que nos foi dado foi conquistado com um histórico de muita luta do movimento estudantil”, lembrou Dandahra, que também integra o Centro Acadêmico Frei Tito de Alencar (CAFTA), do curso de História/UFC. 

Ana Maria Dias, coordenadora de Educação e Cultura do SINTUFCE, que representa os técnico-administrativos, reforçou o fato de os novos ataques terem sido feitos nos últimos dias de gestão de Jair Bolsonaro. “É muito importante essa insistência na luta. No apagar das luzes, Bolsonaro quis dar o tiro de misericórdia seguindo o objetivo desde o início de seu governo, que é transformar a educação em mercadoria e desvalorizar a ciência, a cultura e tudo que faz com que um um país evolua”, enfatizou. 

Ato na UNILAB no dia 7/12: estudantes cobram pagamento de bolsa e transparência da reitoria (Foto: Divulgação)

UFCA e UNILAB: Manifestações também ocorrem no interior

As comunidades acadêmicas da Universidade Federal do Cariri (UFCA) e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) também realizaram manifestações com a mesma pauta. Em Juazeiro do Norte, o ato público foi convocado pelo DCE da UFCA e ocorreu durante a manhã de hoje (12/12), na Praça da Prefeitura. “Bolsonaro quer que os estudantes passem fome no Natal. Não iremos aceitar calados mais esse ataque à educação, no apagar das luzes do governo Bolsonaro”, denunciaram os estudantes na convocação do ato. 

Na Unilab, já havia ocorrido um ato público na última quarta-feira (7/12), no Campus Liberdade, em Redenção, quando o movimento estudantil cobrou o pagamento de bolsas da CAPES em atraso, além de transparência da reitoria sobre os cortes e os ataques à educação que reverberam na universidade. “A nota da reitoria diz muito, mas fala pouco. Diz muito no sentido das diversas informações de contínuos cortes e na quantidade de serviços essenciais que serão afetados ainda neste mês de dezembro”, denunciaram os estudantes, em manifesto por escrito. Acrescentaram, porém, que não foi informado como o funcionamento da universidade vai ocorrer depois de feito o anúncio dos cortes.

Os estudantes buscam informações sobre o impacto do bloqueio orçamentário para a UNILAB; se há recursos para os serviços ligados à assistência estudantil; como fica o direito à moradia estudantil sem o repasse da verba federal, bem como a permanência dos estudantes na universidade sem o não pagamento das bolsas; que articulações a administração superior tem realizado, dentre outras dúvidas. Participaram da mobilização do ato os Diretórios Centrais Estudantis (DCE Ceará e Malês), Centros Acadêmicos do CE e BA, Associações de Estudantes Internacionais (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe), além de representantes de movimentos sociais. 

(*) O auditório do Centro de Ciências da UFC (campus do Pici), em Fortaleza, será palco de uma conferência aberta, às 9h de amanhã (13/12), que retoma as discussões sobre o futuro das universidades com a iminência da mudança de governo no âmbito federal. O convidado é Gustavo Balduino, secretário executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES).

Seção sindical dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará

Av. da Universidade, 2346 – Benfica – Fortaleza/CE
E-mail: secretaria@adufc.org.br | Telefone: (85) 3066-1818

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