A comunidade universitária da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) realizou um ato, na última quarta-feira (7), no Campus Liberdade (Redenção/CE), para cobrar o pagamento dos bolsistas que recebem pela CAPES e exigir uma postura transparente da reitoria sobre os cortes e ataques à educação que reverberam na universidade. “A nota da reitoria diz muito, mas fala pouco. Diz muito no sentido das diversas informações de contínuos cortes e na quantidade de serviços essenciais que serão afetados ainda neste mês de dezembro”, disse o manifesto. “Mas fala pouco, pois não informa como o funcionamento da universidade vai acontecer depois do anúncio feito”, acrescenta o texto, referindo-se ao calote da CAPES aos estudantes de pós-graduação por falta de verba repassada pelo governo federal.
Os estudantes buscam informações sobre o impacto do bloqueio orçamentário para a UNILAB; se há recursos para os serviços ligados à assistência estudantil; como fica o direito à moradia estudantil sem o repasse da verba federal, bem como a permanência dos estudantes na universidade sem o não pagamento das bolsas; que articulações a administração superior tem realizado, dentre outras dúvidas.
O movimento estudantil reforçou que a falta de compromisso do governo Bolsonaro com a educação pública ameaça a integridade estudantil e o futuro de profissionais brasileiros e internacionais. “A UNILAB é constituída por diversas etnias e povos que, na sua maioria, são pobres e dependem dos auxílios e bolsas para pagar aluguel, conta de luz, água e internet, assim como do Restaurante Universitário para se alimentar”, destacou a nota unificada. Participaram da mobilização do ato os Diretórios Centrais Estudantis (DCE Ceará e Malês), Centros Acadêmicos do CE e BA, Associações de Estudantes Internacionais (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe), além de representantes de movimentos sociais.